CURIOSIDADES NO ESPORTE

 

   Alimentação de Atletas em Viagem
                                                             Saúde & Performance - Dicas Gerais

O atleta moderno é um viajante global que enfrenta vários desafios nutricionais durante viagens. E apesar de, em alguns casos, treinadores e atletas terem conhecimentos da boa alimentação, muitas vezes não conseguem aplicá-los em determinados momentos e locais. A mudança na disponibilidade de alimentos de consumo habitual durante as viagens pode gerar uma preparação inapropriada para a competição, alterar o peso e a composição corporal, contribuindo negativamente para o desempenho.Alguns atletas comem em excesso durante as viagens, fazendo lanches altamente energéticos e gordurosos, aumentando o peso e favorecendo o aumento do percentual de gordura. Muitas vezes compram suas refeições em lanchonetes ou fast foods, se alimentam em aviões ou ônibus, pulam refeições e experimentam alimentos não consumidos habitualmente, o que pode não ser ideal para o período de preparação. Há ainda os casos em que as altas necessidades energéticas não conseguem ser atendidas facilmente, e a queda de peso e massa muscular pode ocorrer.Em primeiro lugar o atleta deve preocupar-se em manter a estrutura alimentar habitual: horário e quantidade de refeições, composição nutricional, uso de suplementos e estratégias de hidratação. Por outro lado, se a viagem contar com diferença de fuso horário, os atletas devem estar dispostos a mudar os horários das refeições para melhor responder ao relógio biológico.É importante sempre investigar os hábitos alimentares do local onde se está indo antes da viagem. Caso os hábitos sejam muito diferentes da alimentação do atleta, a melhor estratégia para as viagens pode ser levar alimentos práticos, enlatados, liofilizados e desidratados. Podem-se também investigar restaurantes e lanchonetes locais, além de saber a composição e onde serão preparadas e servidas as refeições dos atletas.As novidades, especialmente se fugirem muito do paladar habitual, devem ser evitadas, o que diminui as chances de um desconforto gástrico. A ingestão de guloseimas deve ser cuidadosa, especialmente se o momento envolver diminuição da rotina de treinamento com foco na  preparaçao. Apesar de terem uma alta exigência de carboidratos, os atletas podem ter dificuldade ao escolher bons alimentos fontes. Dietas cronicamente deficientes em carboidratos podem levar à depleção progressiva do glicogênio, causando queda no rendimento. Há muitas sugestões de lanches com fácil transporte e pouco perecíveis, por exemplo: pães, cereais, biscoitos, barras, frutas frescas e secas, bebidas esportivas, entre outros.Outro aspecto importante é o da contaminação de alimentos e água por questões de higiene, podendo causar problemas gastrintestinais. Por isso, o atleta deve comer e beber água apenas em locais confiáveis com condições próprias de higiene.O atleta pode fazer um registro alimentar durante a viagem, apontando as falhas, problemas dos alimentos ou nutrientes, e as informações coletadas podem servir para o planejamento de outras viagens com orientação de um nutricionista, e também para auxiliar outros atletas que tenham que viajar para o mesmo local.                                                                                                                              Matéria elaborada pela Equipe RGNutri

Referências:

MAUGHAN, R. J.;Burke, L. M. Nutrição Esportiva. Ed. Artmed, 2002.

BERNING, J. R. Sugestão para alimentação de atletas em viagem. Sports Science Exchange, n.1, jul/ago. 1995

 BENEFÍCIOS DO TREINO INTERVALADO   Publicado em seg, 08/11/2010 - 10:14

Polar Banco de ImagensEm qualquer esporte, o treino intervalado constitui-se na melhor opção para adquirir resistência e melhorar o rendimento do atleta. Os intervalos consistem em alternar a intensidade do exercício entre tiros livres - picos de exercícios que devem ser realizados em ritmo moderado ou forte - com pausas de recuperação em ritmo leve.

A velha teoria afirmava que o ácido lático provoca fadiga muscular, dor e queimação, interferindo no exercício, uma vez que acelera o cansaço e age negativamente no movimento  de contração muscular. Pesquisas realizadas pelo professor George Brooks, do Departamento de Biologia Integrada da Universidade da Califórnia, tem mostrado o contrário. Os estudos indicam que o ácido lático produzido nos músculos além de não provocar fadiga, ainda  aumenta a eficiência dos movimentos de contração, e consequentemente, a resistência. Estas pesquisas contradizem o que muitos instrutores ensinam nas academias. Quando você se exercita, seus músculos queimam açúcar, proteína e gordura na presença do oxigênio para produzir energia. Se você realiza um treino muito intenso, corre o risco de não obter oxigênio suficiente, acumulando ácido lático em suas fibras musculares.
Quando você se exercita, os músculos precisam obter uma grande quantidade de oxigênio para converter todas as fontes de alimento em energia. Na verdade, o fator limitante  que reduz o o desempenho de muitos atletas em treinos e competições é o tempo que o oxigênio leva para ir dos pulmões para os músculos. Se o exercício for muito intenso, seus músculos não conseguem oxigênio suficiente para transformar açúcar em energia, as séries de reações químicas desaceleram e o ácido lático acumula-se nos músculos, espalhando-se pela corrente sanguínea. A acidez provoca queima muscular, fazendo com que você diminua o ritmo de seu treino. Porém, logo que você diminui o suficiente para recuperar o seu débito de oxigênio, o ácido lático é imediatamente transformado em mais energia para o músculo. Na verdade, o ácido láctico é um combustível muito melhor para os músculos do que o açúcar, a segunda melhor fonte de energia.
 
O principal objetivo do treinamento regular é condicionar seus músculos a converter o ácido lático em energia antes que ele se acumule, provocando a sensação de queima e diminuindo a intensidade do seu exercício. O ácido lático se transforma em energia nas mitocôndrias, pequenas câmaras no interior das fibras musculares. Quanto mais intensamente você treina, maior é o seu débito de oxigênio. A melhor maneira de produzir novas mitocôndrias é realizando treinamento intervalado. De acordo com o Dr. Brooks, "o exercício intenso gera grandes doses de lactato e o corpo se adapta mediante a constituição de mitocôndrias em ácido láctico rapidamente".
Há mais de 20 anos, o Dr. Brooks mostrou que o ácido lático desloca-se das células musculares para o sangue, e entra em todos os órgãos, incluindo o fígado e o coração, fornecendo aos mesmos uma extraordinária fonte de energia que requer menos oxigênio do que qualquer outra fonte. Então, quanto mais você se exercita, as mitocôndrias se tornam mais eficientes para transformar o ácido lático em energia, exigindo o mínimo de oxigênio.

BCAA E FADIGA CENTRAL

Publicado em 03/07/2010
corbis imagensA fadiga física é definida como a incapacidade do músculo em manter a potência ou ineficiência em sustentar certo nível de desempenho durante o exercício físico (Santos et al., 2003) e possui uma etiologia multifatorial. Sua origem e extensão dependem da especificidade do exercício, tipo de fibra muscular e do condicionamento físico. A fadiga muscular é classificada como aguda, subaguda e crônica (Santos et al., 2003), podendo ser de origem central e periférica (Newsholme & Blomstrand, 2006).
A fadiga periférica seria aquela relacionada ao cansaço ou incapacidade muscular para realização da tarefa (Rossi & Tirapegui, 2004) e existem muitos fatores relacionados (ex. depleção das reservas de glicogênio ou fosfocreatina e acúmulo de prótons) (Rossi & Tirapegui, 2004; Newsholme & Blomstrand, 2006).
O mecanismo de fadiga central relaciona-se aos processos de formulação de padrões motores provenientes de uma ou mais estruturas nervosas envolvidas na manutenção do controle da contração muscular (Santos et al., 2003).
Durante o exercício prolongado de moderada intensidade, o decréscimo nos níveis da glicose sanguínea, em função da depleção dos estoques de glicogênio é um dos fatores conhecidos por afetar o Sistema Nervoso Central (SNC) e ocasionar a fadiga. Outro fator proposto como causador da fadiga central durante o exercício é uma maior liberação de neurotransmissoroes, especialmente a serotonina ou 5-Hidroxi-triptamina (5-HT) (Blomstrand et al., 1988).
Níveis de serotonina cerebrais estão relacionados a alterações de comportamento e humor, ansiedade, agressividade, depressão, sono, fadiga, supressão de apetite, etc. (Rossi & Tirapegui, 2004).
A serotonina compõe um grupo de neurotransmissores, que incluem também as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina).  Estes compostos são sintetizados na sua grande maioria a partir da decarboxilação de aminoácidos aromáticos (fenilalanina, torosina e triptofano), sendo que a serotonina é obtida a partir do aminoácido essencial triptofano (TRP) (Rossi & Tirapegui, 2004).
No plasma, o TRP pode circular livre (10%) ou, principalmente, ligado a uma proteína de transporte: a albumina (90%). Na barreira hematoencefálica, o triptofano livre (TRP-L) compete com outros cinco aminoácidos (leucina, isoleucina, valina, torosina e fenilalanina) (Rossi & Tirapegui, 2004) pela mesma via carreadora (Blomstrand et al., 2005). Desta forma, a síntese de serotonina dependente da disponibilidade do TRP-L e de outros aminoácidos, incluindo os BCAAS, no plasma.
Durante o exercício, o transporte de TRP através da barreira hematoencefálica pode estar facilitado em função da menor competição com os BCAAs, tendo em vista que as concentrações circulantes destes aminoácidos reduzem secundariamente a maior captação muscular. Além disso, quando há uma maior concentração de ácidos graxos  livres (AGLs) no sangue induzida pelo exercício também há um aumento nos níveis plasmáticos de TRP, uma vez que AGLs e TRP competem pelos mesmos sítios de ligação com a albumina (Blomstrand et al., 2005).
Um dos fatores que influenciam no aumento da razão TRP:BCAA induzido pelo exercício é a ingestão de carboidrato, provavelmente devido ao efeito estimulante à liberação de insulina, a qual promove uma menor mobilização de ácidos graxos do tecido adiposo e consequentamente uma redução de AGLs no plasma (Blomstrand et al., 2005).
Tendo em vista a correlação existente entre o TRP e os BCAAs, várias pesquisas têm sido conduzidas para verificação dos efeitos da suplementação de BCAAs no retardo da fadiga central.
Um dos primeiros estudos foi realizado por Blomstrand et al. (1991). Esses autores realizaram uma pesquisa na qual 25 homens receberam 7,5 gramas de BCAAs durante um cross-country race de 30Km ou 16g de BCAAs durante uma maratona de 42,2Km. Eles observaram que a suplementação de BCAAs melhorou a performance mental e física, principalmente dos corredores mais “lentos” em comparação com os mais “rápidos”. Mais tarde, estes mesmos autores confirmaram a teoria que a suplementação de BCAA diminui a fadiga central durante o exercício realizado em bicicleta ergométrica a 70% do VO2 máx, durante 60 minutos, porém quando os mesmos indivíduos eram orientados a se exercitarem em esforço máximo, durante 20 minutos, efeitos significativos da suplementação de BCAA não foram detectados (Blomstrand et al., 1997).
Mittleman et al. (1998), testando homens e mulheres exercitando-se em ciclo-ergômetros, submetidos ao calor, observaram que a suplementação com 12,8g de BCAA aumentava a sua concentração no plasma e promovia uma redução de 50% na relação TRP-L:BCAA, quando comparado com a ingestão do placebo. Desta forma, a suplementação de BCAA ocasionou um aumento de 14 + e - 5% do tempo total de exercício. Os autores concluíram que a fadiga em exercício submetido ao estresse pelo calor, tem uma relação com o TRP-L:BCAA e que a performance melhora modestamente com a ingestão de BCAA. Entretanto, Cheuvront et al., (2004) concluíram com seu estudo que a suplementação de BCAA não alterou a cognição e a performance em indivíduos desidratados após a realização de teste físico sob elevadas temperaturas.
Van Hall et al (1995) utilizaram uma dosagem de 23,4g de BCAA para ciclistas e também não observaram melhora na performance, durante ciclismo estacionário a 70-75% do VO2 máx até a exaustão (112 + e - 3 min.). Estes autores utilizaram quatro grupos com 6% de sacarose (controle), 6% de sacarose mais 3g de TRP, uma baixa dose de BCAA (6g) e alta dose de BCAA (18g) e concluíram que a manipulação do suprimento de TRP para o cérebro não tem efeito adicional sobre a atividade serotoninérgica durante o exercício exaustivo prolongado, ou que a manipulação da atividade serotoninérgica não contribui para o mecanismo de fadiga. Adicionalmente não conseguiram atribuir uma diminuição na captação do TRP mediante nenhuma das dosagens testadas de BCAA.
Com base no exposto verifica-se que também não há um consenso sobre os efeitos ergogênicos dos BCAAs no retardo da fadiga central, o que muito provavelmente explica o fato da nova regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária referente aos “suplementos nutricionais” (Alimentos para Atletas) ter determinado que os aminoácidos de cadeia ramificada não podem mais ser indicados para atletas.
No meu próximo artigo irei destacar estas e outras importantes alterações na nova Resolução (nº 18, de 27 de abril de 2010).

                                                                                                                                                                                                Saúde & Performance - Modalidades Esportivas

                                          NUTRIÇÃO NO FUTEBOL

O futebol é o esporte mais popular do mundo e vem crescendo a cada dia, até mesmo em regiões onde há pouco ele era quase desconhecido. É um esporte que implica na prática de exercícios intermitentes, de intensidade variável. Basicamente 80 a 90% do exercício é de atividades aeróbias e o restante de atividades anaeróbias de alta intensidade. O sprint representa 12% das atividades, as corridas de baixa intensidade representam 35% e as de alta intensidade de 8 a 18% do tempo total de uma partida. Normalmente os jogadores da primeira divisão tem períodos maiores de atividades de alta intensidade se comparados aos jogadores de outras divisões. Pode-se dizer que os jogadores de futebol apresentam características fisiológicas diferentes entre si.

 

                                                                  Nutrição

 

A alimentação, o treinamento e o estado de saúde são aspectos fundamentais para um bom desempenho no esporte. A demanda energética nos treinamentos e nas competições requer que seus participantes consumam uma dieta adequada, particularmente rica em carboidratos, já que esse nutriente é uma das principais fontes de energia durante o exercício.

Tanto para a manutenção quanto para o aumento dos estoques de glicogênio durante o treinamento é necessário uma dieta hiperglicídica. A depleção de glicogênio pode ocorrer gradualmente após repetidos dias de treinamento intenso, quando a degradação de glicogênio muscular excede sua reposição.

A fadiga durante o jogo está associada à depleção dos estoques de glicogênio muscular. Isto pode ser comprovado devido às baixas concentrações de glicogênio muscular observadas no final de um jogo e uso maior deste substrato no primeiro tempo comparado ao segundo. Jogadores de futebol, com concentrações de glicogênio diminuído na segunda metade do jogo, apresentam valores médios de velocidade e distância percorridas menores do que outros jogadores que iniciam o jogo com níveis adequados. É comum ocorrer essa situação em jogadores com hábitos alimentares inadequados.

As necessidades energéticas de jogadores de futebol dependem da função tática do jogador na equipe, da distância percorrida e do estilo de jogo. O treinamento regular exige demandas nutricionais extras e o gasto energético é aumentado na proporção em que o exercício é realizado.

A quantidade e a qualidade dos treinamentos são dois fatores que influenciam o gasto energético diário. Os jogadores de futebol são considerados atletas que treinam em intensidade, de moderada a alta, e têm suas necessidades energéticas em torno de 3150 a 4300kcal.

 

                                                                     Carboidratos

 

O carboidrato é a fonte de energia mais importante na dieta de um jogador de futebol, e quantidades adequadas desse nutriente são essenciais para o desempenho atlético. Os carboidratos são estocados no fígado e músculos na forma de glicogênio, e suas principais funções são: prover fonte primária de energia para os músculos em exercício e para o cérebro e ajudar no metabolismo lipídico de forma eficiente.

O consumo diário de carboidrato na dieta de um jogador de futebol deve ser o equivalente a 60 a 70% do valor energético total, ou mais especificamente, de 6 a 10g/kg de peso corporal/dia.

A quantidade de carboidrato na dieta é também importante para recuperação dos estoques de glicogênio muscular após treinos e jogos.


Tabela 1. Efeito da ingestão de carboidrato para jogadores de futebol

Tempo de ingestão de CHO
Efeitos benéficos

4 horas antes do jogo
Aumento de 15% no desempenho físico
10 minutos antes da partida Diminuição da utilização de glicogênio e                             aumento da distância e da velocidade de                                    corrida em 30%


O consumo de carboidratos após o término do exercício deve ser o mais rápido possível para acelerar a reposição dos estoques de glicogênio.

Nesse período o consumo recomendado de carboidrato para uma ressíntese mais adequada em 24 horas é de 7 a 10g de carboidrato/kg de peso corporal/dia. O ideal é que se consuma alimentos de alto índice glicêmico, como pão, batata, arroz, massa, banana e mel, que promovem ressíntese mais eficaz.

 

Proteínas e aminoácidos

 

As necessidades protéicas de um atleta são maiores do que as de um indivíduo sedentário em função da maior necessidade de reparo das lesões nas fibras musculares induzidas pelo exercício. Outras questões que aumentam as necessidades protéicas desses atletas é o uso de pequena quantidade de proteína como fonte de energia durante a atividade e o estímulo ao ganho de massa magra.

A proteína contribui para o pool energético durante o repouso e o exercício, sendo que durante a atividade sua oxidação contribui com cerca de 5 a 10% do fornecimento total de energia. Assim, os aminoácidos servem como fonte auxiliar de combustível durante exercícios intensos e de longa duração e após sua oxidação, são irreversivelmente perdidos. Caso não sejam repostos, via alimentação, haverá comprometimento do processo normal de síntese protéica. Isso pode levar à perda da força muscular, diminuindo então, o desempenho durante uma partida de futebol.

A ingestão de 1,4 a 1,7g de proteína/kg de peso corporal/dia para jogadores de futebol é considerada a mais adequada.

 

Gorduras

 

Juntamente com o carboidrato, a gordura é a principal fonte de energia durante o exercício. O objetivo da utilização de gordura durante o exercício é poupar o uso do glicogênio muscular.

O consumo elevado de gordura na dieta dos atletas de futebol é um problema muito comum, tornando mais difícil o consumo das quantidades recomendadas de carboidrato. Entretanto, uma redução muito severa no consumo de lipídios não é indicado, já que esse nutriente participa do metabolismo da produção de energia, do transporte de vitaminas lipossolúveis e são componentes das membranas celulares.

O consumo de lipídios na dieta de um jogador de futebol não deve ser maior do que 30% do valor energético total diário.


Tabela 2. Recomendações de macronutrientes para jogadores de futebol

MACRONUTRIENTES RECOMENDAÇÃO
Carboidrato No mínimo 8g/kg de peso corporal
Proteína 1,4 a 1,7g/kg de peso corporal
Lipídio Máximo 30% do valor energético total




Tabela 3. Principais recomendações na dieta pré e pós-competição do jogador de futebol:

PERÍODO RECOMENDAÇÕES
Dieta pré-competição

· Grandes refeições – 3 a 4 horas antes do jogo;·

Pequenas refeições 1-2 horas antes do jogo;

· Incluir alimentos que sejam habituais na dieta dos jogadores e também importantes no lado psicológico e supersticioso;·

A refeição não deve ter um conteúdo elevado de gordura e de fibra alimentar;·

2g de CHO/kg de peso corporal nas refeições 2 horas antes do jogo·

5g de CHO/kg de peso corporal nas refeições 4 hs antes do jogo.

Dieta pós-competição

· Os alimentos devem ser consumidos logo após o término do jogo;·

Oferecer alimentos ricos em CHO de índice glicêmico alto;·

1-1,5g de CHO/kg de peso corporal imediatamente após o exercício;·

7-10g de CHO/kg de peso corporal imediatamente após o exercício.


 

Reposição hidroeletrolítica

 

A hidratação é um fator importante que deve ser considerado antes, durante e depois de treinos e partidas. Antes e durante a prática a hidratação parece melhorar o desempenho; líquidos que contêm carboidrato são mais eficientes durante a atividade.
Algumas limitações no desempenho do atleta de futebol são: 1)o estado crônico de desidratação e 2) o estresse térmico durante uma partida.

Segundo estudos, o desempenho durantes os jogos pode ser diminuído em até 30%, com perda de até 6% do peso corporal. Nesse caso talvez não seja possível a recuperação das reservas hídrica até 72horas depois do jogo. O atleta de futebol pode perder até 2 litros ou mais de suor a cada hora.

A oferta de líquidos é muito importante, já que o futebol é um esporte com poucos intervalos regulares que permitam a hidratação correta, e a ingestão de líquidos também é limitada pelo tempo de esvaziamento gástrico já diminuído devido a alta intensidade.

A bebida hidroeletrolítica adequada deve ter as seguintes características: permitir que os fluídos cheguem rapidamente aos tecidos; fornecer carboidratos durante o exercício; fornecer baixos níveis de eletrólitos; ser palatável e refrescante e não causar distúrbios gastrointestinais. Essas bebidas após o término do jogo ou treinamento ajudam não só na hidratação, mas também na recuperação do glicogênio muscular.

 

Vitaminas e Minerais

 

As vitaminas e os minerais são importantes no metabolismo energético, estresse oxidativo, contração muscular, regulação do balanço hídrico e nas funções estruturais.

É de se esperar que a deficiência de um ou mais desses micronutrientes possa trazer algum prejuízo em relação ao desempenho de jogadores de futebol. Porém, a ingestão de uma ampla variedade de alimentos, em especial frutas e hortaliças, assegura para o organismo um adequado fornecimento de micronutrientes.

Jogadores de futebol correm potencial risco de ingestão inadequada de vitaminas e minerais pelo fato de se exercitarem por muito tempo sob alta intensidade e, também, pelo fato de viajarem bastante e dependerem de cardápios de restaurantes locais. Além disso, pessoas fisicamente ativas perdem minerais pelo suor excessivo, pelas fezes e pela urina. Muitas vezes, atletas de futebol dispensam o consumo de verduras e vegetais e correm maior risco de deficiência.

Portanto, deve-se ter atenção especial em relação ao consumo de frutas e hortaliças na dieta de um jogador para assegurar ingestão adequada desses nutrientes e assim, não comprometer seu desempenho.

 


Referências:

 

BARROS NETO, T.; GUERRA, Isabela, Ciência do Futebol, Barueri, SP, ed Manole, 2004.

BIESEK, S. Alves; GUERRA, Isabela, Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Barueri, SP: ed. Manole, 2005.

GUERRA, I.P.L.R.; BARROS NETO, T.; TIRAPEGUI, J.Necessidades dietéticas de jogadores de futebol:uma revisão, Nutrire: ver. Soc. Brás. Alim. Nutr, São Paulo, SP, v. 28, p. 79-90, dez. 2004.

GUERRA, I.P.L.R; SOARES, Eliane de Abreu; BURINI, Roberto Carlos, Aspectos Nutricionais do Futebol de Competição, Rer. Bras. Med Esporte, São Paulo, SP, v. 7, nº 6, nov/dez. 2001.

 

 

 

                    PUBALGIA CRÔNICA: UMA ABORDAGEM     FISIOTERAPÊUTICA           Amigo.  talvez você ja tenha visto esse artigo mas se nao, vale a pena ler, pois Pubalgia é uma preocupaçao constante em nosso meio, ocorre até com atletas de Elite, espero estar colaborando, fica na paz.
 
 OBS: Senhores treinadores. corrida,saltos,chutes e movimentos repetitivos em um volume e  intensidade alta leva o atleta a pubalgia crônica.


                  
                      RESUMO
A pubalgia, também chamada de osteíte púbica, pubeíte ou doença pubiana, nada mais é do
que uma condição dolorosa da sínfise púbica ou na origem da musculatura adutora que piora
progressivamente com o esforço físico e melhora com o repouso e fisioterapia. A pubalgia
tem se tornado cada vez mais comum no meio desportivo, principalmente entre os jogadores
de futebol e tenistas como resultado de movimentos corporais compensatórios causados por
gestos repetitivos durante a atividade física. A pubalgia crônica tem como principais causas o
encurtamento dos músculos posteriores da coxa, a sobrecarga à musculatura adutora da coxa e
a fraqueza dos abdominais. O diagnóstico é feito através de uma análise sintomática associada
a uma minuciosa avaliação biomecânica de fatores intrínsecos, relacionados com o próprio
atleta e de fatores extrínsecos, relacionados diretamente com a prática desportiva. Por
apresentar sintomas pubianos e peripubianos, algumas patologias dessa região podem ser
confundidas com a pubalgia, daí a importância do diagnóstico diferencial. Os sintomas variam
de um atleta para o outro, mas manifestam-se por uma dor na sínfise púbica relacionada à
atividade física. A pubalgia crônica é tratada primeiramente de maneira conservadora com
repouso do esporte, medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia diariamente. Em casos
mais graves, opta-se pelo tratamento cirúrgico e após 2-3 meses o atleta retorna ao esporte
progressivamente.
Palavras- chaves: pubalgia crônica, sínfise púbica, cinesioterapia, fisioterapia

1 Acadêmica do curso de fisioterapia da UNISUL, Tubarão, SC. Trabalho apresentado como requisito à obtenção
do título Bacharel em Fisioterapia.
2 Professor orientador da pesquisa
INTRODUÇÃO
A pubalgia crônica é uma lesão de esforço repetitivo causada pelo excesso de uso
no esporte, sendo observada em várias modalidades desportivas, mas ocorrendo com maior
freqüência em jogadores de futebol. Os atletas são submetidos à um grande número de jogos
e treinos, não havendo muitas vezes um tempo necessário para o repouso ou para um
programa adequado de alongamentos, o que predispõe o seu aparecimento.
A falta ou a inadequada execução de alongamento da musculatura adutora da coxa
somado ao excesso de exercícios abdominais que esses atletas realizam, podem causar
desequilíbrio muscular na sínfise púbica e consequentemente o surgimento da pubalgia. Será a
falta de alongamentos e o excesso de exercícios abdominais as principais causas da pubalgia
crônica ?
A pubalgia crônica manifesta-se por uma dor na sínfise púbica geralmente
associada à prática desportiva e pode irradiar-se para a face medial da coxa. Pode ocorrer
ainda dor na inserção dos retos abdominais.
O seu diagnóstico pode ser demorado devido ao grande número de patologias que
acometem a região do quadril, podendo mascarar os sintomas da pubalgia e retardar o
diagnóstico preciso.
Confirmado o diagnóstico, o tratamento fisioterapêutico inicia-se após uma
completa avaliação do paciente para que sejam detectados os desequilíbrios
musculoesqueléticos e a partir daí se elaborar um programa adequado de tratamento.
O objetivo deste trabalho é realizar uma pesquisa bibliográfica a respeito do
tratamento cinesioterapêutico e da patologia, sem a intenção de criar um protocolo de
tratamento, e sim uma abordagem ampla que possibilite as tomadas de decisões por parte do
fisioterapeuta durante a fase de reabilitação.
FISIOPATOLOGIA
Conforme Moore, Stover e Matta (1998) a pubalgia foi inicialmente descrita na
literatura Inglesa em 1924 por Beer, em um paciente pós-operatório de cirurgia supra-púbica.
Sendo que primeiramente era considerada como uma complicação pós-operatória de
procedimentos urológicos; depois foi descrita após trauma, atividades atléticas, gravidez e
também foi associada à desordens reumatológicas.
Segundo Andrews e Carek (1998) a pubalgia é considerada uma desordem
inflamatória comum na sínfise púbica, é uma inflamação auto-limitante secundária a um
trauma, cirurgia pélvica, parto ou uso excessivo, e pode ser encontrada em qualquer pessoa.
A sínfise púbica, embora revestida, em grande parte, pelos músculos da virilha e
abdômen, é constituída apenas pelo periósteo e fáscia parietal. Essa área da sínfise é
particularmente suscetível às forças de cisilhamento durante determinadas atividades atléticas,
como a corrida, o salto e o chute. Nesse momento, a sínfise movimenta-se para cima e para
baixo, chegando a rotar levemente, o que facilita o microtrauma. Como é pequeno o
suprimento sangüíneo nessa área, ela não está muito bem preparada para suportar esse
estresse, podendo desenvolver uma inflamação aguda chamada de osteíte púbica.(MELLION,
1997).
Segundo Castropil (1998) a origem do problema é a solicitação excessiva da
musculatura abdominal, necessária para estabilizar o tronco no momento do chute ou do
drible. Esse fato somado à uma retração da musculatura da coxa, comumente encontrada em
atletas, origina um processo inflamatório de difícil resolução que leva à um cronicidade.
QUADRO CLÍNICO
Álvarez (2000) relata que os sintomas da pubalgia diferem de um atleta para outro,
mas caracteriza-se por dor em vários níveis distintos da cintura pélvica relacionado com a
prática desportiva; dor ao nível da região inguinal e até na coluna lombar. Classicamente se
descrevem quatro estágios evolutivos: 1o-) a dor aparece depois de um jogo; 2o-) a dor
aparece durante o jogo; 3o -) a dor aparece ao se começar a atividade física e; 4o -) a dor se
desencadeia em repouso e os mínimos movimentos.
De acordo com Holt et al (1995) os sintomas da pubalgia são auto – limitantes e
desaparecem gradualmente após várias semanas ou meses.
Canavan (2001) relata que os atletas queixam-se de dor na área pélvica, que pode
estender-se para a virilha ou para o abdômen, e que os exercícios de alongamento exacerbam
a dor. O exame físico revela, dor à palpação ao longo da borda subcutânea da sínfise púbica.
Outros sinais característicos são a dor na flexão completa de qualquer uma das pernas, durante
a abdução passiva e a adução resistida dos quadris. Em casos graves, o atleta pode apresentarse
com marcha antálgica ou bamboleante, em virtude de espasmos dos adutores.
DIAGNÓSTICO
Para Ide e Caromano (2002) o diagnóstico é fundamentalmente clínico, através da
detecção de sinais e sintomas. Tardiamente pode aparecer sinais radiológicos característicos.
É importante delinear as atividades desenvolvidas pelo atleta, bem como a história de quedas
ou traumas.
Segundo Holt et al (1995) o diagnóstico geralmente é demorado devido a presença
de queixas não específicas e pela falta de conhecimento do examinador a respeito desta
patologia.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Segundo Willians, Thomas e Downes (2000) o diagnóstico diferencial da pubalgia
são muitos e variados, incluindo hérnia inguinal e femural, doenças do tecido conectivo,
prostatite, uretrites, causas iatrogênicas secundárias a procedimentos pélvicos, separação da
sínfise púbica causada pelo parto, doenças neurológicas e infecções.
Segundo Cohen e Abdalla; Prentice; apud Oliveira (2002) deve-se indicar um
médico clínico e cirurgião para afastar os diagnósticos diferenciais associados às doenças
sexualmente transmissíveis; doenças do trato genitourinário; doenças reumáticas; infecciosas;
hérnias; patologias da parede abdominal e tendinite do músculo adutor da coxa para se
diagnosticar exatamente se existe ou não a pubalgia.
TESTES E SINAIS DIAGNÓSTICOS
Teste do Flamingo
Segundo Cipriano (1999) com o paciente em pé, instruí-lo para ficar de pé sobre
uma perna de cada vez . Depois, instruir o paciente para saltar , o que aumenta o esforço sobre
a articulação. Este teste aumenta a pressão na articulação do quadril, sacroilíaca e da sínfise
púbica. Dor aumentada pode indicar processo inflamatório no lado da perna de apoio.
Manobra de Grava
Segundo Cohen e Abdalla apud Oliveira (2002) a manobra é realizada com o
paciente em decúbito dorsal, onde realiza-se a flexão, abdução e rotação lateral do quadril
apoiando o tornozelo ao nível do joelho contralateral, sendo que uma mão do examinador
posiciona-se na asa do ilíaco oposto e a outra no joelho que está sendo examinado, forçando a
abdução. A manobra é positiva quando o paciente refere dor intensa nos adutores.
Teste de flexão de pé dos isquiotibiais
Segundo Busquet (1985) o terapeuta posiciona-se atrás do paciente e pede-lhe para
que se incline para frente como se quisesse tocar os pés com as mãos. O teste é negativo se o
paciente tocar os pés sem que se altere a estática dos joelhos ou do arco plantar. O teste será
positivo se o paciente não conseguir chegar à ponta dos pés ou se a estática do joelho ou do
arco plantar se alterarem.
EXAMES SUBSIDIÁRIOS
De acordo com Lasmar, Lasmar e Camanho (2002) os exames subsidiários são de
suma importância para afastar qualquer dúvida a respeito do diagnóstico da pubalgia. Os
exames laboratoriais realizados são a espermocultura, a prostatite e o exame de urina – I para
verificar infeção urinária. Os exames complementares realizados são a ultrassonagrafia da
região inguinal para verificar rarefação óssea; os raios – X para se verificar degeneração
óssea, cisto ósseo, arrancamento ósseo e fraturas de estresse; ressonância magnética para
verificar alterações ósseas e alterações das partes moles com presença de inflamação na
origem dos adutores da coxa; e a cintilografia para verificar a presença de osteonecrose. Os
raios- X, cintilografia e a ressonância podem ser negativos.
TRATAMENTO
A pubalgia crônica é caracterizada por sinais e sintomas ao nível do púbis. Esse
quadro é resultante dos efeitos provocados pelos encurtamentos musculares das cadeias
miotensivas do tronco e dos membros inferiores, que diminuem ou bloqueiam os movimentos
do púbis, logo, tratar localmente (o púbis), não resolveria o problema, pois não se trataria as
causas e sim os sintomas. As condutas adotadas dependem dos desvios encontrados na
avaliação estática e dinâmica das partes envolvidas, sejam elas causas ou conseqüências da
patologia. (IDE; CAROMANO, 2002).
De acordo com Holt et al (1995) o tratamento recomendado para esta condição
inclui o repouso da atividade física, uso de medicamentos anti-inflamatórios e alongamentos.
O tratamento adequado é multidisciplinar, onde o médico diagnostica e prescreve
os medicamentos; o fisioterapeuta elabora um programa adequado de reabilitação e o
preparador físico atua na perpetuação dos resultados obtidos, sendo que o tratamento
preventivo é a melhor opção, daí a importância de um programa adequado de exercícios de
alongamentos antes e depois dos jogos e/ou treinos. A fase de reabilitação pode ser dividida
em aguda; fase de reabilitação, onde inicia-se o treinamento aeróbio, fortalecimento dos
grupos musculares e os alongamentos; e por último, a fase de retorno ao esporte, onde se
trabalha a propriocepção específica, e dependendo da evolução, o retorno total ao esporte. O
tratamento clínico inicialmente, está baseado no repouso e nas medidas para a redução do
quadro álgico, sendo que `as vezes, diminuindo a quantidade de treinamentos, os sintomas já
aliviam. Além da eletrotermofototerapia e hidroterapia, o tratamento vai de encontro à
reeducação do equilíbrio proprioceptivo muscular através de métodos como RPG, Terapia
manual, Isostreching de Busquet, massagens, e outros. (LASMAR; LASMAR; CAMANHO,
2002).
Canavan (2001) recomenda inicialmente o alongamento indolor da musculatura
adutora, e medida que a dor diminua durante a amplitude total do movimento e atividades
diárias, pode-se adicionar um programa com bicicleta estacionária.
O objetivo do tratamento é conseguir recuperar a qualidade de alongamento dos
músculos encurtados e reforçar seus tendões e pontos de inserção; e o sucesso do tratamento
está na postura prolongada, pois os músculos em tensão durante alguns minutos de forma
constante, entram em fadiga e abandonam sua tensão excessiva, aí a bainha do músculo, a
partir deste momento, pode ser alongada e o músculo recupera seu comprimento. É
fundamental seguir o programa das posturas, sendo que primeiro é necessário relaxar os
isquiotibiais e a lordose lombar antes de trabalhar o psoas, adutores e abdominais.
(BUSQUET, 1985).
- Postura de cadeia posterior
Coloca-se o paciente em decúbito dorsal com as pernas a 90o , pés a 90o em
relação aos tornozelos e queixo para dentro. A coluna lombar e quadril devem estar bem
assentados e alinhados, joelhos bem esticados e o arco plantar deve ser corrigido pela flexão
dos dedos. Esta postura deve ser mantida inicialmente durante 5 minutos, progredindo para 10
minutos diariamente durante a noite.
- Postura de adutores
O paciente deve estar sentado, pernas esticadas para a frente, braço repousando
sobre um banco ou mesa e faz a abdução da perna oposta. O paciente deve manter a sua
postura, bem reto, e regular a tensão dos adutores movendo o joelho para dento ou para fora.
A postura deve ser mantida por 3 a 4 minutos de cada lado.
- Postura dos abdominais
O paciente deita-se em decúbito dorsal sobre uma mesa ou uma bola, sendo que
suas pernas devem estar esticadas com os calcanhares tocando o chão. Os braços podem ficar
esticados ou com as mãos atrás da cabeça. O paciente mantém a postura de 3 a 5 minutos.
Busquet (1985) relata que os exercícios devem ser realizados preferencialmente
no período da noite ou após os treinos, pois quando realizados de manhã ou antes dos treinos,
o atleta se cansa. Enquanto persistirem as fortes retrações, os exercícios devem ser realizados
diariamente. Em seguida 3 vezes por semana e depois 2 vezes durante a fase de manutenção.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pubalgia crônica é uma patologia que se manifesta com dor na região da sínfise
púbica e inserções tendinosas vizinhas, na maioria dos casos em decorrência dos esforços
físicos que são realizados pelos atletas e associados à movimentos compensatórios durante as
atividades físicas.
Essa patologia tem se tornado clássica e quase que exclusiva no meio desportivo,
sendo que as principais causas para o seu surgimento são os excessos de jogos e/ou treinos;
gestos repetitivos do chute e principalmente o excesso de exercícios abdominais e a
inflexibilidade muscular, fatores esses, que geram desequilíbrios musculares.
É comum encontrarmos nos atletas um encurtamento da cadeia posterior da coxa e
abdominais extremamente fortes ou fracos. Tanto o excesso quanto a inadequada execução
dos exercícios abdominais predispõe ao surgimento da pubalgia, pois os atletas realizam
demais esses exercícios e não realizam o alongamento da musculatura adutora da coxa, em
decorrência disso, a pelve acaba sofrendo uma anteroversão e um tracionamento para cima,
causando pequenos estiramentos na origem dos adutores, levando à um desequilíbrio
muscular da cintura pélvica, o qual provoca dor e inflamação da sínfise púbica, caracterizando
a pubalgia.
Pelo que foi exposto, fica claro que a pubalgia não ocorre apenas por fraqueza de
algum músculo da região da sínfise púbica, mas por um conjunto de desequilíbrios de forças
musculares que encontramos em nossos atletas após detalhada avaliação das cadeias
musculares. Sendo essa patologia tão incapacitante, devemos preveni-la orientando os atletas
a realizarem um programa de alongamentos específicos da musculatura da região pélvica,
principalmente dos adutores da coxa, isquiotibiais e flexores do quadril, não esquecendo da
correta realização dos exercícios abdominais, assim o atleta mantém um adequado equilíbrio
dinâmico do quadril.
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